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Como seria? Como faria?
Arrumaria o Salão! Isso é o amor!
É mudar sem medo do que a vizinha vai achar da sua sala... Foda-se,
ela é sua de ninguém mais.
Fóra com as cadeiras clássica, rebuscadas, madeiras intrelaçadas
É mais simples, minha cadeira é inflável
Sim! Cumpre sua função, sentar!
É estética... Fofa e prática... Ops! É frágil!?
Sim, e daí... Se furar? Furou!
Deixa o ar que a preenche sair pelo buraquinho, bater no seu rosto, levantar a
franja E quando ela estiver vazia... Que pena, eu não queria, guarde-a!
O amor não é pesado.
Pode-se pensar de outra forma.
Você enche a cadeira enquanto há ar nos pulmões
Se não há um dedo do outro lado para tampar o buraquinho, pode ser um
dedo curto que não servem para o piano mesmo, uma hora a cadeira vai
esvaziar por completo.
E as vontades, os desejos, os encontros na Lagoa,
as declarações bêbadas, os ossinhos da minha mão,
a pinta no dedo... Onde sentarão? Ficarão no chão?
Tranqüilidade!
Junto tudo, guardo dentro da minha mochila de couro, embarco no carro prata
que me leva pra longe, pro norte, ele... Pro sul, pro mar. Estamos em direções
opostas, somos opostos... Foda-se! Eu queria assim mesmo, eu assumo isso...
Enquanto houver ar nos pulmões eu vou soprar e manter a cadeira inflada...
Até eu cansar.
Graças a Deus! Como é libertador assumir!
Já fiz isso com coisas piores... Gay, ator, odiar azeitonas... Então, lá vou eu...
eu assumo minha paixão!
Definitivamente não quero como saldo uma vasta bibliografia e pouca vida!
Eu quero beijos tranqüilos, que nunca os tive, e
Carinhos na mão dentro do carro
Não beijos em linhas e carinho em páginas de livros.
Eles, os livros, são eternos, eu não!
Como invejo os livros. Nossa! Se tivesse o dom da eternidade quantos beijos
tranqüilos eu não daria?
Seu jogo! Assumirei outra coisa, não sei jogar...
O amor não senta diante do tabuleiro de xadrez e pensa no próximo passo
Ele, eu coloco o meu nariz de palhaço e vou pra avenida!
Que delícia um casal de palhaços... Ah! Acabo de lembrar... eu já assumi odiar
palhaços, mais o exemplo, metáfora, foram válidos.
Chega! Vou contrariar a adversidade, serei feliz! Comecei a escrever as 4:30,
não parei mais. Tomei um banho gelado às 6:00, coloquei minha melhor cueca,
meu mais barato sapato, minha jardineira jeans e blusa laranja e vou! Vou a
praia, verei Moulin Rouge... Lucia, Bianca, esperem por mim!
Uma poesia homeopática, aos pedaços, aos poucos... agora já estou no taxi,
Recebo do taxista elogios ao meu perfume, de que preciso mais?
Cassete! Que sede de vida, de poesia... de poesia na vida.